segunda-feira, 19 de novembro de 2007

PERDIDO !!!






Semeados os segundos...
Florescidas as paginas...
Sente-lhes o cheiro quem tem ouvidos...
Sim são flores...
As cores que lhe revestiram...
Todo negro que usou para ser tingido...
Quem plantou nunca foi visto...
Sonhou se ser um anjo...
Um ser do céu caído...
Mas não estava lá quando eu olhei...
Nem senti seus gemidos...
Caiu...
Entrou por chão em pranto...
Lagrimas que alimentaram as flores...
Escreveram paginas de dores...
Doou o cheiro nunca ouvido...
Tatuou seus olhos no chão...
Para ver o que nunca foi visto...
Escreveu em uma arvore seu nome...
Cravadas as unhas na pele da arvore...
E era triste...
E a tristeza é ventania...
E leva toda marca de memória que se possui...
E veio o vento...
Forte feito um tormento...
E derrubou a arvore...
E levou seu nome...
Arrancou as flores...
Deu as sementes à fome...
Secou as lagrimas...
Por que as perdeu...
E assim esqueceu se do anjo...
Aquele que do céu ficou caído...
Jogado por seus erros...
Punido...
Perdeu se...
Escorreu se pelo vento...
Tornou se desconhecido.
19-11-2007
¨*¨*¨*¨*¨

7 comentários:

devaneiosaovento disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
devaneiosaovento disse...

venho agradecer sua visita
achei belo seu blog,escreve de forma meio triste, senti aqui uma pontada de dor seu poema "perdido"
relata a trajetória de um anjo
perdido, punido
esquecido
abraços

miKael disse...

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Oi schadenfreude !?
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Gostei da sua passagem pelo meu espaço...
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sem cerimônias, sem apresentações, sem pudores...
simplesmente foi direto ao 'poema'
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uma atitude atrevida
[não me leve a mal]
eu gosto disso
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gostei do seu espaço
belo poema, belas construções
melancólico e pessimista
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anjo decaído?
um dos meus mitos prediletos
(primeira curiosidade)
vc associa o anjo decaído a q idéias e/ou sentimentos?
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mas, o q eu mais gostei foi a temática: finitude
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[bom pelo menos foi assim q li seu poema]
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nós somos o "anjo decaído", a morte irá nos levar um dia ao total esquecimento, e sendo assim seremos reduzidos ao nada, pouco importando as flores que cultivamos, pois até mesmo elas, um dia desaparecerão!!!
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é isso mesmo ou eu puxei a brasa demais para minha sardinha?
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mas, isto seria uma punição ou bênção?
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q a morte traga aquilo q cada um deseja.
eu quero q ela me traga o nada, o vazio absoluto, a inconsciência, o fim
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e vc, o q deseja q Ela traga p vc?
(segunda curiosidade)
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será q um dia saberemos quem é a pessoa q se esconde por detrás da muralha?
(terceira curiosidade)
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eu já ia me esquecendo, qto ao meu poema, vc disse em mergulhar até faltar o ar,
era exatamente isso q eu tinha em mente, talvez o poema não tenha ficado claro
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espero q vc continue aqui por mais mesmo e eu possa conhecer um pouco mais sobre sua intrigante alma
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até breve
assim espero
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Unknown disse...

Realmente, um belo poema... Não consigo aqui colocar mais palavras, pois as melhores já foram colocadas da melhor forma no poema...

livia soares disse...

Olá, Schadenfreude.
Grata pela visita.
Achei bem interessante o modo como vc trabalha a idéia da queda; vejo que vc se interessa por esses temas da melancolia, da finitude, etc. Espero que venham novos poemas para que possamos entrar mais no seu mundo.
Um abraço.

Carlos Henrique Leiros disse...

Olá, Schadenfreude;
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Venho agradecer-lhe as simpáticas visitas ao velho Almofariz, sempre procurando entender os poemas por baixo das suas filigranas. Ao que me consta, isso é método típico de leitor voraz, ou estarei enganado?
Penso que não.
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Gostei também do seu espaço, bem como dos poemas que inspiram nostalgia e melancolia, duas áreas onde os poetas e literatos ingleses costumam dar as cartas [aprecia-os?]. Há um clima europeu certamente entranhado nas suas palavras, o que muito me agrada.
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Li que os debates com o Mikael se encontram aprofundados no que concerne à inspiração, métodos, processos de criação, esses detalhes às vezes traumáticos com os quais temos sempre que lidar, tendo em vista o nobre ofício. Não é mesmo?
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Pois bem, dou-lhe as boas vindas ao Almofariz.
Aqui também virei mais vezes.
Abraço.
Carlos

Carlos Henrique Leiros disse...

Um pequeno adendo: não se desculpe, por favor, em função dos comentários que faz.
Eles são respeitosos, pertinentes, e por isso mesmo, bem vindos.
Volte sempre que lhe aprouver.
Abraço.
Carlos