sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008






SOLIDÃO !



Na companhia do demônio,
Sem cerimonial, sem festa,
Apenas ele e eu sentados,
Olhando o mundo e suas arestas,
Falava ele sobre meu viver,
Sobre o tempo que me resta,
O demônio e eu no topo do mundo,
Ele almejando minha alma,
Eu apenas esperando aquilo que a mim resta,
E sua fala era tão doce,
E meu passado tão acerbo,
E eu repleto de branco frio,
Ele soberbo do calor,
Exalava vivacidade pela pele,
Dono de um hálito imundo,
Eu me embriagando cada vez mais,
O demônio e eu no topo do mundo,
E tudo que eu almejava era a paz,
Era tudo tão sombrio,
Via eu o mundo pelo fundo dos seus olhos escuros,
Nada de luz,
Nada alem da minha passada vida,
Minha ignomínia escondida,
Só o breu, e mais nada,
Eu lhe escutando, encolhido,
A espera de teu sorriso,
Para obter de luz nem que fosse um risco,
Uma gota de vontade tua,
Tua luz para me tirar do escuro,
Tua vontade para lavar meu desespero,
De apagar com um afago todos meus erros,
Mas eu...Embriagado pelo hálito do demônio,
Tendo meus olhos tapados pelo passado,
Senti me tão desanimado,
Sucumbia a cada segundo,
O demônio e eu no topo do mundo...
*
E tudo que e almejava era teu sorriso,
Tudo que eu precisava era da tua paz,
Nem que por apenas um segundo,
Para eu sair da companhia do demônio,
Seguir a luz de teus olhos,
Encontrar te no meio do mundo,
Não sair dali jamais.


09-02-2008


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A solidão nos acompanha,

Um demonio,

Nos tentando,

Queimando as entranhas!

terça-feira, 22 de janeiro de 2008





OLHAM-ME !



Assim abre se o coração,
Feito flor que se mostra na aurora,
Sinta o perfume,
O cheiro de um amor que aflora,
E vai crescendo,
Sorvendo gota a gota o orvalho,
Destes teus olhos que me olham,
É um sonho?
Pode tirar lhe a luz,
Pode tirar lhe o chão,
Mesmo assim ainda alimenta se dessa luz orvalho,
Destes teus olhos,
Resguardados por esta cortina de vidro,
Conduzidos por fios finos,
E mesmo assim alimentam me,
Mesmo assim me olham.


19-05-2007
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"Tenho saudades do jeito que teus olhos me olhavam,
Fazia do minuto uma eternidade,
Hoje apenas espero,
Toda uma eternidade para possuir teu olhar por um minuto."

terça-feira, 18 de dezembro de 2007





ESQUECIDIÇO !



São lábios,
Solitários,
Sólidos lábios,
Em hálito breu,
Rejeitados,
São braços,
Estáticos,
Petrificados,
Em cruzes do acaso,
Os meus sem os teus,
Imóveis.
São olhos,
Cegos,
Vazios lagos,
Secas trevas,
No frio rosto meu,
E meu corpo,
Um jazido,
De sentimentos comprimidos,
Embalados ao descaso,
Dormido pelo som de passos,
Distanciados sem recados,
Sequer suspenso notificado,
Fostes tu abandonado,
Extinto de meus afagos,
No olvidar do coração meu.


18-12-2007



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segunda-feira, 10 de dezembro de 2007



DESILUSO !


Quanta água é preciso para queimar?
Verter dos olhos tanta dor,
Pensei que era água feita para limpar,
Mas vi entre nuvens o vermelho, embaçado e triste sol,
Ombros quase presos aos joelhos,
Em vergas toda minha ciência,
Dependente de não depender,
Inóspito, insano, inútil,
Quase inumano,
Ser de mente entorpecida,
Privacidade dividida,
A visão torpe, olho do jogador,
Moedas da visão minha,
Onde eu jogando perdi,
Afogadas onde não havia salva-vidas,
E eram altos os gritos, pareciam infinitos,
Eu mesmo ouvi,
Eram rios que saiam dos olhos aflitos,
Que logo abraçaram o mar,
Águas de admissível não saber,
Onde jogaram flores,
Onde cremaram amores,
Lavaram as mãos,
Molharam pela primeira vez os inocentes pés,
Lavaram os olhos dementes e depois os fizeram queimar,
Desse fogo sai a vil paga, moeda de mil faces,
Face sem nome, enrolado no pranto vermelho,
O vermelho que queimou as verdes matas,
Brasa, cinzas, fumaça,
Onde o riso perdeu a graça,
Fiou por seus dedos lagrimas e brumas,
Perdeu se das coisas suas,
Desiludiu, lembrou, apostou,
Queimou os olhos,
E perdeu.



02-10-2007


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quinta-feira, 29 de novembro de 2007

7 FLORES !





Linda flor, ofertada a legião sem pudor,
Enganada pelos que a disseram ser amada,
Traída então foi a pobre flor,
Despetalada perde a inocência, e morre,
E da flor morta, seca, saem sete sementes,
Que ao caírem por chão florescem em desgraça,
Cada uma, uma nova planta,
Iguais em maldades, diferentes em odor,
O cheiro persegue quem sempre foi inocente,
A primeira floresce em longos caules,
Envolvendo-te, enrolando-te por pernas,
Possuindo com prazer um corpo que nunca amou,
A segunda com espinhos feito dentes rasgam a pele tua,
Devoram-te monstras pétalas, absorvem-te ate não existir mais,
A terceira nega beleza e perfume,
Põem se a florescer apenas quando não há ninguém por perto,
Ninguém para sentir ou para ver,
A seguinte sonolenta poderia ate ser bela,
Se desse a si própria o trabalho de florescer,
A quinta, saiu do próprio inferno, seu perfume mastiga,
Corroí a sanidade, massacra ate o seu mais amado ser,
A próxima flor híbrida de todas as cores,
Aproprias-se de todos os odores, precisa de tudo que não e seu,
Se não conseguir faz sucumbir, sofrer,
A ultima não se colocou lá por beleza,
Fez-se ela a mais linda da mortal natureza,
Veste-se de agradabilidade, do belo,
Usa ate inverdades, precisa ser notada para sobreviver.

29-11-2007
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Em 1589, Peter Binsfeld comparou cada um dos pecados capitais com seus respectivos demônios,[1] seguindo os significados mais usados. De acordo com Binsfeld's Classification of Demons, esta comparação segue o esquema:
Asmodeus: Luxúria
Belzebu: Gula
Mammon: Avareza
Belphegor: Preguiça
Satã: Ira
Leviatã: Inveja
Lúcifer: Vaidade (Orgulho)

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

PERDIDO !!!






Semeados os segundos...
Florescidas as paginas...
Sente-lhes o cheiro quem tem ouvidos...
Sim são flores...
As cores que lhe revestiram...
Todo negro que usou para ser tingido...
Quem plantou nunca foi visto...
Sonhou se ser um anjo...
Um ser do céu caído...
Mas não estava lá quando eu olhei...
Nem senti seus gemidos...
Caiu...
Entrou por chão em pranto...
Lagrimas que alimentaram as flores...
Escreveram paginas de dores...
Doou o cheiro nunca ouvido...
Tatuou seus olhos no chão...
Para ver o que nunca foi visto...
Escreveu em uma arvore seu nome...
Cravadas as unhas na pele da arvore...
E era triste...
E a tristeza é ventania...
E leva toda marca de memória que se possui...
E veio o vento...
Forte feito um tormento...
E derrubou a arvore...
E levou seu nome...
Arrancou as flores...
Deu as sementes à fome...
Secou as lagrimas...
Por que as perdeu...
E assim esqueceu se do anjo...
Aquele que do céu ficou caído...
Jogado por seus erros...
Punido...
Perdeu se...
Escorreu se pelo vento...
Tornou se desconhecido.
19-11-2007
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